José González encanta Lisboa
Foi com uma Aula Magna bem perto da lotação esgotada que um dos suecos mais latinos de todos os tempos se apresentou, esta Terça-feira (29 de Abril), em Lisboa.
Sozinho, num palco despido de grandes produções, apenas com um foco de luz sobre si e a guitarra clássica em punho, José González deu início à sua apresentação com 'Deadweight On Velventeen', do disco de estreia, "Veneer" (2003). Assim, de uma forma quase naif, como que hipnotizou a plateia que, desde o primeiro minuto, esqueceu que havia um mundo em constante mutação lá fora e assistiu, em silêncio, a cada composição sublime do músico, com uma devoção total e numa letargia intensa, apenas quebrada pelos aplausos no final de cada tema. Durante pouco mais de uma hora esqueceram-se tormentos e amarguras da alma ou dos bolsos e pintaram-se coloridas histórias plenas de emoção.
À quinta canção, 'Stay In The Shade', eis que entram em palco dois músicos - responsáveis pela percussão e segunda voz - que acompanharam o artista até ao final do espectáculo. José González - ou o «Sr. Zé», como alguém a ele se dirigiu durante o concerto - prima pela simplicidade e segurança e não é uma pessoa de grandes discursos. Nem precisa de o ser. A voz suave e melodiosa deste filho de pais argentinos nascido na Suécia fala por si e encanta quem com ela se cruza. As letras emotivas e provocadoras e com algum humor à mistura e as músicas com rasgos de flamengo, tango e sonoridades a lembrar o melhor da música popular brasileira completam o quadro ímpar. A singularidade do músico deve-se, também, à sábia combinação de originais e interessantes versões de clássicos, dos quais se apropria e faz a sua própria leitura sem, no entanto, lhes retirar a respectiva identidade. Como seria de prever, a intensa 'Heartbeats', um original dos conterrâneos The Knife, e a emotiva 'Teardrop', dos Massive Attack, protagonizaram dois momentos altos da noite. 'Crosses' e 'In Our Nature', do disco com o mesmo nome, de 2007, também não passaram despercebidas, numa apresentação que foi, sempre, crescendo em intensidade e na comunhão entre o público e José González.
Já no encore ouviu-se 'Down The Hillside', do EP de 2004 "Stay In The Shade", e a soberba versão de 'Smalltown Boy', o clássico dos anos '80 popularizado pelos Bronski Beat de Jimmy Somerville e editado pelo sueco como lado-B dos singles 'Killing For Love' e 'Down The Line'. Terminado o concerto José González agradeceu. O público também. E assim, de forma tão simples quanto intensa, se desenhou um grande espectáculo.
Sean Riley foi o primeiro a subir ao palco, acompanhado pelos seus Slowriders. A banda de Coimbra apresentou os temas inspirados na folk-rock norte-americana, incluídos no primeiro álbum, "Farewell".
O alinhamento do concerto de José González foi o seguinte:
Deadweight On Velventeen
Hints
Fold
All You Deliver
Stay In The Shade
In Our Nature
How Low
The Nest
Lovestain
Remain
Down The Line
Heartbeats (The Knife)
Crosses
Broken Arrows
Cycling Trivialities
Teardrop (Massive Attack)
Encore
Abram
Time To Send Someone Away
Down The Hillside
Hand On Your Heart
Smalltown Boy (Bronski Beat)
in Cotonete.
Sozinho, num palco despido de grandes produções, apenas com um foco de luz sobre si e a guitarra clássica em punho, José González deu início à sua apresentação com 'Deadweight On Velventeen', do disco de estreia, "Veneer" (2003). Assim, de uma forma quase naif, como que hipnotizou a plateia que, desde o primeiro minuto, esqueceu que havia um mundo em constante mutação lá fora e assistiu, em silêncio, a cada composição sublime do músico, com uma devoção total e numa letargia intensa, apenas quebrada pelos aplausos no final de cada tema. Durante pouco mais de uma hora esqueceram-se tormentos e amarguras da alma ou dos bolsos e pintaram-se coloridas histórias plenas de emoção.
À quinta canção, 'Stay In The Shade', eis que entram em palco dois músicos - responsáveis pela percussão e segunda voz - que acompanharam o artista até ao final do espectáculo. José González - ou o «Sr. Zé», como alguém a ele se dirigiu durante o concerto - prima pela simplicidade e segurança e não é uma pessoa de grandes discursos. Nem precisa de o ser. A voz suave e melodiosa deste filho de pais argentinos nascido na Suécia fala por si e encanta quem com ela se cruza. As letras emotivas e provocadoras e com algum humor à mistura e as músicas com rasgos de flamengo, tango e sonoridades a lembrar o melhor da música popular brasileira completam o quadro ímpar. A singularidade do músico deve-se, também, à sábia combinação de originais e interessantes versões de clássicos, dos quais se apropria e faz a sua própria leitura sem, no entanto, lhes retirar a respectiva identidade. Como seria de prever, a intensa 'Heartbeats', um original dos conterrâneos The Knife, e a emotiva 'Teardrop', dos Massive Attack, protagonizaram dois momentos altos da noite. 'Crosses' e 'In Our Nature', do disco com o mesmo nome, de 2007, também não passaram despercebidas, numa apresentação que foi, sempre, crescendo em intensidade e na comunhão entre o público e José González.
Já no encore ouviu-se 'Down The Hillside', do EP de 2004 "Stay In The Shade", e a soberba versão de 'Smalltown Boy', o clássico dos anos '80 popularizado pelos Bronski Beat de Jimmy Somerville e editado pelo sueco como lado-B dos singles 'Killing For Love' e 'Down The Line'. Terminado o concerto José González agradeceu. O público também. E assim, de forma tão simples quanto intensa, se desenhou um grande espectáculo.
Sean Riley foi o primeiro a subir ao palco, acompanhado pelos seus Slowriders. A banda de Coimbra apresentou os temas inspirados na folk-rock norte-americana, incluídos no primeiro álbum, "Farewell".
O alinhamento do concerto de José González foi o seguinte:
Deadweight On Velventeen
Hints
Fold
All You Deliver
Stay In The Shade
In Our Nature
How Low
The Nest
Lovestain
Remain
Down The Line
Heartbeats (The Knife)
Crosses
Broken Arrows
Cycling Trivialities
Teardrop (Massive Attack)
Encore
Abram
Time To Send Someone Away
Down The Hillside
Hand On Your Heart
Smalltown Boy (Bronski Beat)
in Cotonete.
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