A 'maré' de Adriana Calcanhotto
Com novo álbum debaixo do braço, Adriana Calcanhotto apresentou-se esta Segunda-feira na primeira de duas datas no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Nem a falta de energia na mítica sala, já perto do final do espectáculo, abalou uma actuação sublime.
O recente "Maré", o segundo disco de uma trilogia dedicada ao mar, a que a cantora brasileira deu início em 1998, com "Marítimo", serve de mote para uma digressão de cerca de dez datas por território luso, com tempo para recordar os êxitos mais antigos, que a transformaram numa das principais embaixadoras da música brasileira no nosso país. Foi precisamente o tema título do novo longa-duração que deu início ao concerto. Seguiram-se mais duas músicas novas, tão românticas como arrebatadas: 'Três', com clara inspiração argentina, e 'Seu Pensamento', música na qual Calcanhotto expressa a ligação ao país de Amália e Camões. No palco os motivos marítimos dominavam o cenário, com um búzio gigante no lado esquerdo e três painéis com golfinhos e cavalos-marinhos imediatamente atrás dos músicos que compõem a sua banda de apoio, quatro no total: Domenico Lancellotti (percussão), Bruno Medina (teclados), Alberto Continentino (baixo) e Rafael Rocha (bateria).
«Boa noite Lisboa! Como vai Lisboa? Há quanto tempo Lisboa?», afirmou a artista, no início da actuação, perante uma sala composta, mas não lotada. O último encontro com a cidade das sete colinas aconteceu há pouco mais de um mês, com uma actuação exclusiva para fãs, no Teatro São Luiz.
Vestida com uma túnica vermelha, a contrastar com o azul do cenário, esta menina mulher não é de muitas palavras, nem precisa de o ser. As suas músicas e a sua voz límpida falam por si. O primeiro momento de euforia havia de acontecer com 'Mais Feliz, um dos vários êxitos radiofónicos da trovadora urbana.
Tal como durante a gravação do mais recente álbum, em que os músicos puderam tocar livremente e deixar 'respirar' os instrumentos, também em palco há espaço para a criação. Aqui e além a banda ia experimentando novos arranjos, com recurso a caixas, melódicas ou chocalhos, tudo para reproduzir o ambiente marítimo. Foi isso que aconteceu na sombria e enigmática 'Sem Saída', tema de 'Maré'. Adriana também trocou diversas vezes de guitarra, sendo que as várias que usou se encontravam perfeitamente alinhadas no palco, mesmo ao seu lado.
Em 'Poética do Eremita', tema com letra da poetisa lusa Fiama Hasse Pais Brandão, Calcanhotto sacou do seu violoncelo e pintou uma das mais fabulosas "telas marítimas" da noite, com uma sonoridade a lembrar os saudosos Madredeus. Seguiu-se o já incontornável 'Fico Assim Sem Você', cantado a uma só voz, 'Um Dia Desses', o single de avanço do novo conjunto de originais, e o inconfundível 'Vambora', que recebeu uma das maiores ovações da noite e foi cantado em uníssono pelo público luso.
O concerto terminou instantes depois de forma abrupta, devido a uma falha eléctrica no Coliseu, quando a cantora interpretava a canção 'Mulher Sem Razão'. Vinte minutos depois, e quando alguns espectadores já abandonavam a sala, Adriana Calcanhoto ressurgiu, corajosa, no palco, sem sistema de luz ou de som, iluminada apenas pelas luzes de emergência. A mítica sala ficou em silêncio para a ouvir cantar as últimas três músicas, sem microfone. 'Quem Vem Pra Beira Do Mar', 'Mulher Sem Razão' e Maresia', do "irmão" "Marítimo", encerraram a actuação da brasileira, que terminou com o público a aplaudir de pé, pela coragem mas, também, pelo concerto irrepreensível a que nem um apagão imprimiu mácula alguma. Esta Terça-feira repete-se a actuação na capital e, depois, Calcanhotto ruma ao Porto, Guimarães e Ponta Delgada, regressando em Julho para se apresentar no festival Delta Tejo, em Lisboa.
O alinhamento do espectáculo foi o seguinte:
Maré
Três
Seu Pensamento
Mais Feliz
Asas
Para Lá
Teu Nome Mais Secreto
Vai Saber
Esquadros
Sem Saída
Poética do Eremita
Fico Assim Sem Você
Um Dia Desses
Vambora
Mulher Sem Razão
Encore
Quem Vem Pra Beira Do Mar
Mulher Sem Razão
Maresia
in Cotonete.
O recente "Maré", o segundo disco de uma trilogia dedicada ao mar, a que a cantora brasileira deu início em 1998, com "Marítimo", serve de mote para uma digressão de cerca de dez datas por território luso, com tempo para recordar os êxitos mais antigos, que a transformaram numa das principais embaixadoras da música brasileira no nosso país. Foi precisamente o tema título do novo longa-duração que deu início ao concerto. Seguiram-se mais duas músicas novas, tão românticas como arrebatadas: 'Três', com clara inspiração argentina, e 'Seu Pensamento', música na qual Calcanhotto expressa a ligação ao país de Amália e Camões. No palco os motivos marítimos dominavam o cenário, com um búzio gigante no lado esquerdo e três painéis com golfinhos e cavalos-marinhos imediatamente atrás dos músicos que compõem a sua banda de apoio, quatro no total: Domenico Lancellotti (percussão), Bruno Medina (teclados), Alberto Continentino (baixo) e Rafael Rocha (bateria).
«Boa noite Lisboa! Como vai Lisboa? Há quanto tempo Lisboa?», afirmou a artista, no início da actuação, perante uma sala composta, mas não lotada. O último encontro com a cidade das sete colinas aconteceu há pouco mais de um mês, com uma actuação exclusiva para fãs, no Teatro São Luiz.
Vestida com uma túnica vermelha, a contrastar com o azul do cenário, esta menina mulher não é de muitas palavras, nem precisa de o ser. As suas músicas e a sua voz límpida falam por si. O primeiro momento de euforia havia de acontecer com 'Mais Feliz, um dos vários êxitos radiofónicos da trovadora urbana.
Tal como durante a gravação do mais recente álbum, em que os músicos puderam tocar livremente e deixar 'respirar' os instrumentos, também em palco há espaço para a criação. Aqui e além a banda ia experimentando novos arranjos, com recurso a caixas, melódicas ou chocalhos, tudo para reproduzir o ambiente marítimo. Foi isso que aconteceu na sombria e enigmática 'Sem Saída', tema de 'Maré'. Adriana também trocou diversas vezes de guitarra, sendo que as várias que usou se encontravam perfeitamente alinhadas no palco, mesmo ao seu lado.
Em 'Poética do Eremita', tema com letra da poetisa lusa Fiama Hasse Pais Brandão, Calcanhotto sacou do seu violoncelo e pintou uma das mais fabulosas "telas marítimas" da noite, com uma sonoridade a lembrar os saudosos Madredeus. Seguiu-se o já incontornável 'Fico Assim Sem Você', cantado a uma só voz, 'Um Dia Desses', o single de avanço do novo conjunto de originais, e o inconfundível 'Vambora', que recebeu uma das maiores ovações da noite e foi cantado em uníssono pelo público luso.
O concerto terminou instantes depois de forma abrupta, devido a uma falha eléctrica no Coliseu, quando a cantora interpretava a canção 'Mulher Sem Razão'. Vinte minutos depois, e quando alguns espectadores já abandonavam a sala, Adriana Calcanhoto ressurgiu, corajosa, no palco, sem sistema de luz ou de som, iluminada apenas pelas luzes de emergência. A mítica sala ficou em silêncio para a ouvir cantar as últimas três músicas, sem microfone. 'Quem Vem Pra Beira Do Mar', 'Mulher Sem Razão' e Maresia', do "irmão" "Marítimo", encerraram a actuação da brasileira, que terminou com o público a aplaudir de pé, pela coragem mas, também, pelo concerto irrepreensível a que nem um apagão imprimiu mácula alguma. Esta Terça-feira repete-se a actuação na capital e, depois, Calcanhotto ruma ao Porto, Guimarães e Ponta Delgada, regressando em Julho para se apresentar no festival Delta Tejo, em Lisboa.
O alinhamento do espectáculo foi o seguinte:
Maré
Três
Seu Pensamento
Mais Feliz
Asas
Para Lá
Teu Nome Mais Secreto
Vai Saber
Esquadros
Sem Saída
Poética do Eremita
Fico Assim Sem Você
Um Dia Desses
Vambora
Mulher Sem Razão
Encore
Quem Vem Pra Beira Do Mar
Mulher Sem Razão
Maresia
in Cotonete.
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