Time goes by

Detesto sentir que estou a perder o meu tempo com alguma coisa ou alguém.
Gosto de leituras nas entrelinhas mas, passado algum tempo esse "jogo" esgota-se e o ambíguo tem, por lógica, que dar lugar ao claro quase-como-água, ou a algo que para isso caminhe.
É bom ter um chão seguro para pisar. A sensação de que o tapete está a deslizar debaixo dos pés e que isso é algo que não podemos controlar não é, de todo, agradável.
É bom navegar ao sabor do vento mas, é igualmente interessante tomar as rédeas da vida, deixar o barco seguir o seu rumo mas ser suficientemente perspicaz para fazer um desvio de uma zona rochosa.
Acredito que o amor, a amizade e tudo o que está no meio entre esses dois sentimentos nobres está escondido entre os segundos da vida. Se nada fizermos é nesse estado de latência oculta que esses sentimentos pernanecem.
Uma laranja tem duas metades. Ambas as metades têm sumo e essência, porém, afastadas, são infinitamente mais pobres do que quando juntas.